domingo, 11 de janeiro de 2009

Decidi recomeçar em um novo blog => Diário de Andy Simons

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Ela não consegue se sentir bem nem em casa quanto menos na rua, por isso evita sair de casa, não gosta de ficar exposta. Não se sente à vontade nem com os amigos, prefere sair sem eles, sozinha ou com seu irmão. Vão ao cinema, comem algo e voltam para casa na maior monotonia. O garoto de que gosta há bastante tempo é um amigo. Conheceu ele e logo a paixão veio. Nunca se considerou boa o bastente para ninguém, quanto mais para ele que só gosta de meninas com cara e corpo de modelo. Dois anos depois de conhecê-lo, ele arranjou uma namorada e continua com ela até agora. As pessoas se apaixonavam (inicialmente) pelas outras, geralmente, por causa da aparência, mas esse não era o caso da sua paixão... Ele não é tão bonito, é normal. Na sua opinião as pessoas deveriam se apaixonar quando conhecessem o pensamento da outra, conversassem e vissem que pensavam parecido, mas estranhamente esse também não era o motivo da sua paixão... ela adora ler, ele odeia... ela curte rock e metal, ele curte forró (embora curtisse metal na época que eles se conheceram e na época do início da paixão, mas viviam "brigando" porque curtiam bandas bem diferentes). Há muitas outras difenças que não necessitam ser relatadas, confiem, eles são muito diferentes (e nada de dizer que os opostos se atraem, pois essa lei é exclusiva dos imãs). Simplesmente não havia explicação... (mas há uma frase que ela ouviu há pouco tempo que a deixou intrigada -> "Apenas o amor sem explicação é capaz de durar para sempre"). Ela já tentara deixar de gostar dele, afinal ela nunca iria ter coragem de revelar o que sentia, ele nunca se interessaria por ela e além disso, ele tem namorada. Eles continuam amigos, ele faz parte do único círculo de amigos a que a personagem pertence, embora ele esteja em vários desses círculos... Toda vez que a personagem o vê, sente-se rejeitada... até desistiu de comemorar seu aniversário, pois ele iria com a namorada. A personagem não odeia a namorada, ela não tem culpa de ser bem mais bonita e de ter atraído a atenção dele... provavelmente a namorada nunca desconfiou que a personagem sente algo a mais que amizade por seu namorado. É doloroso para a personagem ver o jeito como ele fala da namorada, como planeja surpresas para o dia dos namorados, como recentemente comprou um presente de natal enorme para dar a ela. Os único presentes que a personagem recebeu de natal em 2008 foram uma caixa de chocolate (que foi de amigo secreto) e um espelho horrível que não teria muita utilidade e que fora dado por seu pai... O pai que com certeza gostava bem mais da personagem quando ela era criança e ganhava bonecas falantes caríssimas, todos os tipos de eletrônicos e ursos enormes do "Papai Noel". Ela se sente rejeitada pelo garoto, pela sociedade, pelos familiares (tios e primos - estes são falsos com ela, só desejam o seu mal), pelo irmão e pelos pais. Já tivera vontade de sair dessa vida, mas tinha medo, não de morrer, mas de não ser perdoada, de causar muito sofrimento à mãe (mais ainda). Além disso, tem uma amiga espírita que diz que os suicidas ficam presos entre a terra e o "além" por toda a eternidade e ela não gostaria que isso acontecesse.
A personagem, já com 20 anos, nunca beijou ninguém... sente-se mal por isso... sente-se mais anormal que de costume quando lembra disso. Nesse momento ela sente um aperto no coração, um embrulho na barriga, uma vontade de chorar... os olhos já estão úmidos e ela os enxuga rapidamente, sentido vergonha e pena de si mesma.
O que deixa a personagem mais triste, o que a faz se sentir mais inferior do que já se sente é que ela é gorda, já fez de tudo para emagrecer e não consegue. O vício em comida, na opinião dela, talvez seja pior que o vício em álcool ou em drogas... pode-se viver sem álcool e sem drogas, mas não se pode viver sem comida... Conviver com pessoas que comem de tudo e continuam bonitas e magras é um suplício... Comer é realmente seu vício... Come "porcarias" (refrigerante, massas, doces...) com tristeza por saber que aquilo só a deixa mais gorda e feia, mas não consegue parar de comer. Come trancada no quarto, escondida da mãe, rapidamente para que ninguém desconfie... Compra essas porcarias no supermercado e as esconde no armário do banheiro por saber que é o único lugar que ninguém mexe muito... Já chegou, várias vezes, a comer trancada no banheiro, sentido nojo de si mesma. Embora seja bem difícil a personagem beber (quando bebe é no máximo dois goles de bebida alcóolica em festas - nunca comprou bebida), ela anda pensando em começar a beber escondida, talvez assim ela consiga esquecer os problemas, a tristeza, a inferioridade que sente perante a todos. Ela se sente tão assustada por não conseguir controlar seus impulsos... por comer, mesmo sem fome, até sentir dor no estômago (e às vezes, mesmo assim continuar comendo). Ela não sabe o que fazer. Está lembrando agora de sua infância, marcada por constantes brigas violentas entre os pais... brigas envolvendo manchas roxas na pele de sua mãe, vidro quebrado, ameaças e a personagem, a filha mais velha, no meio das brigas, chorando, tentado apartar a briga, pedindo para os pais pararem de gritar, tentado impedir que o pai batesse em sua mãe, caindo no chão depois de ser empurrada pelo pai, já desde criança desejando não ter nascido, desejando acabar com o sofrimento, dizendo a Deus, bem, baixinho, que preferia ter uma família de verdade a ter casa e comida, imaginando sua família faminta, debaixo de um viaduto, mas feliz, todos abraçados recostados na parede do viaduto. Ela mora com os pais ainda... Recentemente ela ouviu uma música que a fez chorar por descrever exatamente como se sentia com tudo isso, é a música "Family Portrait" da cantora Pink -> http://vagalume.uol.com.br/pink/family-portrait-(traducao).html Eles continuam morando juntos (só não se separaram, provavelmente, para manter as aparências e para não ter que passar por toda uma complicação e com quem os filhos e os bens ficam) e continuam discutindo(todos os dias, embora agora só ocorram agressãoes verbais bem fortes, mas não mais físicas) por dinheiro, principalmente, e a personagem continua a sofrer com isso, a única coisa que a faz esquecer por alguns instantes de tudo é a comida. Eles não tem mais um casamento... se odeiam mas mantêm as aparências... a personagem tem certeza que seu pai anda com outras mulheres por aí e toda vez que lembra disso odeia seu pai com todas as forças, por isso tenta não pensar nisso. Às vezes ela culpa tudo isso pelo fato de nunca ter conseguido se aproximar de nenhum garoto, embora também ache que eles é que não querem se aproximar dela, da gorda personagem. Mas ela sabe que não confia em ninguém, muito menos nos homens. Para ela, eles são todos uns canalhas que só pensam em sexo e se fazem de santinhos na sua frente, mas podem ser bem diferentes na frente dos amigos homens. Tem alguns amigos (homens e mulheres) mas nunca conta seus problemas a eles... Nunca se abre com ninguém... Prefere guardar tudo para si e talvez seja isso, em parte, que traz a grande ansiedade que atrapalha tanto a sua vida. Aqui a personagem deixa que parte de sua vida seja contada porque se sente mais segura, acha que ninguém descobrirá quem ela é. É bem provável também que não haja nenhum ou quase nenhum leitor para esse blog. A personagem fez 20 anos recentemente mas se sente uma criança ainda... não se sente capaz de encarar sozinha o mundo, embora deseje isso profundamente.
O certo é que ela precisa de ajuda, precisa mudar de vida, precisa perder peso, precisa ser mais responsável, precisa ter menos medo, precisa ter coragem. Um dos acontecimentos da vida da personagem que mais a marcou e continua marcando, que a deixa triste todos os dias e que, mesmo já fazendo dois anos, ainda a faz cair em lágrimas às vezes, será relatado aqui quando a personagem tiver coragem suficiente para relembrar tudo. Ela fará uma esforço e provavelmente logo logo teremos essa história habitando esse blog.

Ainda não começou...

Aqui irei descrever meu mundo como se fosse pelos olhos de outra pessoa... outra pessoa que sabe tudo de mim - desde o que eu faço até o que penso. Serei como uma personagem criada pela imaginação de um literato. Talvez assim eu consiga enxergar os meus problemas e tentar solucioná-los. Meu maior problema, aquele que não me deixa ser uma pessoa espontânea, feliz, logo ficará bem claro.